Fraude contábil na WorldCom – Caso HARVARD

No artigo, os autores Kaplan e Kiron (2007) apresentaram uma perspectiva sobre um dos maiores escândalos financeiros dos EUA. Os autores esclarecem o contexto administrativo que favoreceu o surgimento de uma cultura corporativa corrompida por interesses pessoais. Sem uma real preocupação com os investidores ou com a própria instituição.

Sob este aspecto é possível observar que a WorldCom focou, naquele momento, em aquisições sem uma maior preocupação quanto à integração, permitindo um modelo administrativo pouco colaborativo e sem memória, na medida em que não havia política escrita para formação de uma identidade corporativa.

Com um departamento de auditoria fraco, aparentemente sem autonomia e um modelo administrativo centrado no autoritarismo, com premiações por lealdade, criou-se um ambiente fomentador de interesses individuais, enfraquecendo a possibilidade de uma conduta institucionalizada, focada na empresa.

Uma tendência com a perda do direcionamento institucional, sacrificando a organização e seus investidores, deixando a empresa sem rumo definido e exposta aos interesses individuais, é justamente a possibilidade do surgimento de fraudes. Este parece ter sido o caso da WorldCom, se concordarmos que, até mesmo uma auditoria externa aceitou pactuar com as fraudes quando decidiu emitir um parecer favorável enquanto os indicadores apontavam em sentido contrário.

O auditor externo Arthur Andersen foi omisso aos indicadores de irregularidades, se tornando um exemplo sobre que tipo de comportamento deve ser evitado e ajudou a comprovar, ainda que amargamente, a importância da veracidade nas auditorias.

O que chama atenção no artigo de Kaplan e Kiron é o fato de nenhum envolvido, em especial os investidores, terem percebido algum sinal de problema. Mesmo quando outras instituições do mesmo ramo não obtinham, na ocasião, resultados semelhantes.

Na medida em que os autores vão contextualizando os bastidores da WorldCom, fica claro a importância de um conselho administrativo independente e autônomo, de uma política corporativa focada no desenvolvimento institucional, bem como, a transparência nas atividades da empresa e ampla participação dos investidores.

Escândalos como o da WorldCom serviram de estímulo, na época, para criação de melhores regras contábeis nos EUA, com o intuito de evitar novas práticas fraudulentas. Demonstrou a importância de uma adequada governança corporativa e boa prática da excelência empresarial.

Acesse o artigo original escrito por Kaplan e Kiron em [GDrive]

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