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GPS 38.52291641058088, -8.891181837505947
No jornal setubalense O Districto, a 24 de julho de 1887, noticiava-se: “O coreto foi estreado na celebração de uma data gloriosa, a da entrada n’esta cidade das tropas liberais, comandadas pelo valente Duque de Terceira. Parece agora que a banda de caçadores tocará ali às quintas-feiras e no jardim do Bonfim aos domingos.”
Em pleno centro da cidade sadina, o palco das festividades foi erguido na Avenida Luísa Tody, a mando do Presidente Machado Corrêa. O coreto surgiu com o florescimento das bandas filarmónicas locais e tornara-se polo de atividades comerciais, sociais e culturais, palco imponente dos mais variados acontecimentos.
As formas rendilhadas moldadas em ferro que o adornam são expressão da arte popular nacional, bem como a pequena varanda em roda, jus do púlpito que se erguera.
Hoje em dia, o coreto mantém-se restaurado e com alguma atividade em seu redor: feiras, atividades locais, celebrações de datas nacionais e comércio. Ainda assim, é da diminuição da afluência popular que Aníbal Fernandes mais se queixa. A trabalhar no quiosque em frente ao coreto há 12 anos, lamenta o aparecimento dos grandes centros comerciais que desviam as famílias nos tempos livres. Do coreto recorda as bandas filarmónicas e dos fins de semana de enchente – era na avenida que as famílias faziam as suas compras e passeavam com os mais novos, que escolhiam o coreto como um dos espaços lúdicos para as suas brincadeiras. O negócio vai-se mantendo, bem como o coreto numa avenida que ainda se afirma viva, não mais que seja de recordações e vontade de regressar ao coração de Setúbal.