English version here.
GPS 38.5254449302628, -8.992121081398162
A Quinta da Bacalhoa Ă© uma antiga propriedade da Casa Real Portuguesa. A quinta com o famoso Palácio da Bacalhoa - tambĂ©m conhecido como Palácio dos Albuquerques - situa-se na freguesia de AzeitĂŁo, municĂpio de SetĂşbal, mais precisamente na pequena aldeia de Vila Fresca de AzeitĂŁo.
O Palácio e a Quinta da Bacalhoa estão classificados como Monumento Nacional desde 1910, com alteração da designação em 1996.
É considerada a mais formosa quinta da primeira metade do século XVI, ainda existente em Portugal.
HistĂłria No sĂ©culo XV pertenceu, como quinta de recreio, a JoĂŁo, Infante de Portugal, filho do rei D. JoĂŁo I. Herdou-a sua filha D. Brites, casada com o segundo Duque de Viseu e mĂŁe do Rei D. Manuel I. Ainda existentes os edifĂcios, os muros com torreões de cĂşpulas aos gomos e tambĂ©m o grande tanque foram beneficiações mandadas construir por D. Brites.
Esta quinta viria a ser vendida em 1528 a Brás de Albuquerque, filho primogĂ©nito de Afonso de Albuquerque. O novo proprietário, alĂ©m de ter enriquecido as construções com belos azulejos, mandou construir uma harmoniosa «casa de prazer», junto ao tanque, e dois robustos pavilhões, juntos aos muros laterais. Nos finais do sĂ©culo XVI, esta quinta fazia parte de morgadio pertencente a D. JerĂłnimo Teles Barreto — descendente de Afonso de Albuquerque. Este morgadio — em que estava incluĂda a Quinta da Bacalhoa — viria a ser herdado por sua irmĂŁ, D. Maria Mendonça de Albuquerque, casada com D. JerĂłnimo Manuel — da Casa da Atalaia — conhecido pela alcunha de «Bacalhau».
É muito provável que o nome de «Bacalhoa», pelo qual veio a ficar conhecida a antiga Quinta de Vila Fresca, em AzeitĂŁo, tenha tido origem no facto de a mulher de D. JerĂłnimo Manuel tambĂ©m ser designada da mesma forma sarcástica. Esta quinta ficou consagrada entre os tesouros artĂsticos de Portugal.
ApĂłs uma grande disputa judicial entre os descendentes, o morgado ficou para D. JosĂ© Francisco da Costa de Sousa e Albuquerque (1740-1802), armeiro mor do Reino e armador mor do Rei, casado com Maria JosĂ© de Sousa de Macedo, 2.ÂŞ viscondessa de Mesquitella, 5.ÂŞ baronesa de Mullingar (Reino Unido). O Morgado ficaria na famĂlia Mesquitella (posteriormente condes de Mesquitella e duques de Albuquerque), assim como os tĂtulos palatinos de armeiro mor e armador mor do Reino e do Rei, atĂ© princĂpios do sĂ©culo XX.
Tendo, naturalmente, sofrido algumas modificações, no decurso dos seus cinco séculos de existência, conserva ainda as abóbadas ogivais dos seus tempos mais remotos, o palácio com janelas ao estilo renascentista, os cubelos representativos da Via Sacra e elementos cerâmicos decorativos, do século XVI. Nos azulejos encontra-se a data de 1565 e a assinatura do ceramista Francisco de Matos. Medalhões de faiança de origem flamenga emolduram bustos de significação histórica.
Em 1936, o Palácio da Bacalhoa foi comprado e restaurado por uma norte-americana, Orlena Scoville, cujo neto se incumbiu da missão de tornar a quinta num dos maiores produtores de vinho de Portugal. Mais tarde o Palácio e a Quinta da Bacalhôa pertenceu a José Antonio Borges.
Actualmente a Quinta da Bacalhoa pertence Ă Fundação Berardo, liderada pela famĂlia Berardo, a nona mais rica de Portugal, cujo patriarca Ă© o madeirense Joe Berardo.