Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Cascais

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GPS 38.69519015942945, -9.421133373353912

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção é considerada a Igreja mais emblemática da Vila de Cascais. A sua construção original remontará, pelo menos, ao séc. XVI, visto que se encontra representada numa gravura editada em 1572 inserida na obra “Civitates Orbis Terrarum” de Georg Braun e Frans Hogenberg, que representa a vila e o litoral de Cascais em cerca de 1530.

A Igreja apresenta uma planta longitudinal, sendo a fachada voltada a oeste. É composta por 3 corpos separados por pilastras de cantaria e duas torres sineiras laterais, de secção quadrada. Do lado do Evangelho resiste um púlpito de mármore do século XVII.

O retábulo da Igreja, em talha dourada, forma um arco que faz de moldura para um trono, onde hoje se encontra uma imagem de Nossa Senhora da Assunção a ser coroada por dois anjos vindos do céu. Por baixo do trono está um sacrário, acompanhado por dois anjos da guarda que velam junto dele, como nos chega pela tradição.

Colocados ao longo da sua nave, a Igreja possui um conjunto de importantes obras de pintura antiga: quatro obras do Mestre da Lourinhã, que representam a Virgem da Anunciação e o Anjo Gabriel, a Natividade e a Adoração dos Magos, datadas de cerca de 1520-25, e oito pinturas da autoria de Josefa de Óbidos: Sagrada Família (1672), a série de cinco quadros sobre Santa Teresa de Jesus ou de Ávila, também datada de 1672: Santa Teresa diante da Santíssima Trindade, A Virgem e S. José dão um colar a Santa Teresa, Santa Teresa esposa mística, Transverberação de Santa Teresa e Santa Teresa inspirada pelo Espirito Santo, aos quais se acrescentam o Menino Jesus Salvador do Mundo (1673) e a Visão de S. João da Cruz (c. 1673), todas elas concebidas para o Convento da Piedade (actual Centro Cultural de Cascais) de onde foram transferidas após a sua extinção. No teto, encontramos um medalhão central com uma pintura representando a Assunção de Nossa Senhora pelo pintor José Malhoa, datada de 1900.

​Azulejaria e sacristia

Na capela do Santíssimo Sacramento encontramos uma Última Ceia pintada por Pedro Alexandrino de Carvalho e, a fechar a mesma capela, um portão-grade de madeira entalhada que, segundo a tradição, é obra de um autor da vila.

A nível de azulejaria, a Igreja é riquíssima no que respeita a cenas bíblicas ilustrativas da história sagrada. Ao longo da nave apresentam-se vários episódios da vida de Nossa Senhora e, na parede do lado do Evangelho logo à entrada, uma curiosa representação de um trecho do livro do Apocalipse. Na parede oposta a esse painel, um painel mais recente, datado de 1908 e da autoria de Pereira Cão.

Na sacristia, encontram-se interessantes painéis de azulejos que representam temas do Antigo Testamento. A inscrição aí presente testemunha que foram aí colocados a mando dos pescadores da vila, pela chamada Irmandade dos Marítimos, no ano de 1720.

Ao longo dos anos a Igreja sofreu diversas empreitadas de renovação. A mais recente deu-se já no século XXI nos anos de 2010-11 e implicou toda a zona do presbitério, o altar e o ambão, bem como a zona do coro alto e os bancos da Igreja, para além do restauro das sacristias.

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