Forte de S. Miguel Arcanjo

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GPS 39.60502040076906, -9.084790784655828

Olhar para o forte de S. Miguel Arcanjo é como virar uma página de um livro imenso de memórias e estórias que fazem parte do nosso imaginário, do nosso passado.

A construção deste monumento de estilo maneirista teve início no reinado de D. Sebastião, em 1577, visando a defesa da enseada dos ataques dos piratas argelinos, marroquinos, holandeses e normandos que investiam sobre o litoral atlântico.

Em 1644, e devido ao seu posicionamento, o rei D. João IV, o Restaurador, ordenou a sua remodelação e ampliação. Como sentinela vigilante da fortaleza ficou S. Miguel Arcanjo, padroeiro de muitos santuários, construídos geralmente em lugares elevados. Na fachada do forte, sobre o portal da entrada, D. João IV, mandou colocar uma imagem em pedra calcária de São Miguel Arcanjo, com a legenda “ELREY DOM JUAN-1644” data que assinala o ano da sua construção.

O Forte sobreviveu às Invasões Francesas, onde se refugiaram os soldados inimigos que combateram contra a população do Sítio e da Pederneira. Os invasores só foram expulsos do nosso país em 1811, tornando-se este monumento um marco da revolta popular e da autonomia dos nazarenos.

A fortaleza fez parte da história das Lutas Liberais. Por esta época, a Nazaré e o Forte, foram palco de pequenas escaramuças entre os partidários de D. Pedro IV e de D. Miguel.

Em 1830, D. Miguel enquanto rei, visitou o Sítio e a Praia da Nazaré, onde foi recebido em ambiente de festa, visitando o Forte de S. Miguel Arcanjo, que no ano seguinte viria a ter alguns consertos, um novo altar para o seu padroeiro e uma nova calçada de acesso.

Após a partida de D. Miguel para o exílio, em 1 de Julho de 1834, como reflexo das lutas entre liberais e absolutistas, a imagem de pedra de S. Miguel, que figurava sobre a porta, sofreu um grave atentado.

A escultura foi alvo de actos de vandalismo, por parte dos liberais, que a retiraram do seu retábulo, e a deitaram pelas muralhas para o areal da praia. Ainda hoje ela se encontra mutilada e constitui um testemunho dos motins entre os absolutistas e liberais nesta região.

No início do século XX, já sem função militar, os pescadores fizeram sentir ao governo a necessidade de ali se instalar um farolim e uma casa para o faroleiro, para apoio da actividade piscatória.

Em 29 de Outubro de 1903, foram efectuadas obras de consolidação e restauro para a instalação do farol no Forte. Finalmente a 1 de Dezembro de 1903 começa a funcionar uma luz de porto instalada no Forte de S. Miguel Arcanjo.

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