No sempre adaptativo mundo tech e do dinheiro, podemos supor diversas categorizações de "gerações", cada uma com suas inovações e modelos singulares. À medida que o ecossistema amadurece, novas soluções surgem para abordar os desafios das gerações anteriores, empurrando continuamente os limites da tecnologia e da descentralização.
Exploramos uma abordagem para essas mudanças incrementais e como elas têm moldado a paisagem blockchain, desde as transações peer-to-peer da primeira geração, até as soluções Layer 3 e hiperescalabilidade, passando pela introdução de contratos inteligentes e a busca por melhor escalabilidade e interoperabilidade.
Gen 1 - Focado em transações peer-to-peer
Estas são as criptomoedas originais, cuja principal inovação foi a introdução de um sistema de transação peer-to-peer seguro e descentralizado.
Bitcoin (2009): A primeira criptomoeda, projetada para ser uma moeda digital descentralizada. A principal inovação do Bitcoin foi a introdução da tecnologia blockchain.
Litecoin (2011): Foi criada como uma "prata digital" em contraste com o "ouro digital" do Bitcoin. Oferece um tempo de bloqueio mais rápido e um algoritmo de hashing diferente.
Dogecoin (2013): Começou como uma piada, mas ganhou popularidade como uma moeda para dar gorjetas online.
Namecoin (2011): Foi a primeira fork do Bitcoin e é usada principalmente para registro descentralizado de nomes de domínio.
Peercoin (2012): A primeira moeda a usar uma combinação de proof-of-stake e proof-of-work.
Gen 2 - Introdução de contratos inteligentes
Estas blockchains introduziram a noção de "contratos inteligentes", permitindo transações mais complexas e aplicações descentralizadas.
Ethereum (2015): Foi o primeiro blockchain a introduzir contratos inteligentes e é a base para a maioria das DeFi (Finanças Descentralizadas) e aplicações dApp. Sua linguagem de programação para contratos inteligentes é Solidity.
NEO (2014): Conhecido como "Ethereum da China", NEO suporta contratos inteligentes e também introduziu uma dualidade de tokens (NEO e GAS).
EOS (2018): EOS.IO se concentra em oferecer a capacidade de realizar milhões de transações por segundo para apoiar aplicativos descentralizados em larga escala.
Tezos (2018): Tezos é uma plataforma para contratos inteligentes e dApps que apresenta um processo de governança na blockchain.
TRON (2018): TRON se concentra em compartilhamento de conteúdo peer-to-peer e suporta Solidity para contratos inteligentes.
Gen 3 - Resolvendo escalabilidade e interoperabilidade
Essas blockchains procuram resolver alguns dos problemas apresentados por seus antecessores, como problemas de escalabilidade e interoperabilidade entre blockchains.
Polkadot (2016): Projetado para interoperabilidade de blockchains, permitindo que diferentes blockchains se comuniquem e interajam. Introduziu a noção de parachains - blockchains individuais que funcionam em paralelo dentro do ecossistema Polkadot e se comunicam com uma blockchain central chamada relay chain.
Cardano (2017): Cardano é projetado com uma arquitetura de camadas para separar a camada de ledger da camada de computação, permitindo flexibilidade e facilidade de manutenção.
Polygon (2017): Uma plataforma multicadeia para Ethereum que visa transformar Ethereum em um sistema multicadeia de cadeias de escala total.
Cosmos (2019): Cosmos visa resolver problemas de escalabilidade e interoperabilidade entre blockchains através do Inter-Blockchain Communication (IBC), que permite a transferência segura de quaisquer dados ou ativos entre blockchains compatíveis.
Gen 4 - Soluções Layer 2 para escalabilidade: Geração 4 - Melhorando velocidade, eficiência e escalabilidade: Essas soluções focam em melhorar ainda mais a velocidade das transações, a eficiência e a escalabilidade, mantendo a segurança e a descentralização.
Sui (2023): Sui é uma blockchain de Camada 1 que utiliza a linguagem de programação Rust para oferecer transações de alta velocidade, processamento instantâneo e escalabilidade.
Aptos (2023): Uma blockchain de prova de participação pública (proof of stake) desenvolvida por ex-funcionários do Facebook, com foco em proporcionar um alto rendimento e uma robusta segurança para contratos inteligentes desenvolvidos usando a linguagem de programação Move.
Arbitrum (2021): Uma solução de escalabilidade de segunda camada para Ethereum, oferecendo Rollups Otimistas que permitem um maior número de transações, reduzindo a quantidade de dados que devem ser armazenados na blockchain principal.
Optimism (2021): Semelhante ao Arbitrum, Optimism fornece uma solução de segunda camada para Ethereum através de Rollups Otimistas para melhorar a velocidade das transações e a eficiência geral do sistema.
Gen 5 - Hiperescalabilidade, Interchain avançado e Zero-Knowledge Proofs:
Arbitrum Orbit/Nova (2023): Esta atualização do Arbitrum permite aos usuários criar suas próprias cadeias que se estabelecem em uma das cadeias públicas de camada 2 (L2) do Arbitrum, proporcionando maior flexibilidade e controle sobre a gestão da cadeia. Orbit já abre espaço para soluções L2 e L3, Arbitrum nova já seria o campo prático disto rolando.
Optimism Superchain (Op-Base Op-BNB) (2023): Uma rede de cadeias escalável horizontalmente que compartilham segurança, uma camada de comunicação e um stack de desenvolvimento de código aberto. É uma abordagem avançada para a escalabilidade e a interoperabilidade de multiplas Opchains paralelas.
A jornada do blockchain até agora tem sido marcada por uma batalha de inovação tecnologia e visões politicas contínuas, cada geração se esforçando para superar as limitações e os desafios das anteriores e atingir uma larga comunidade de desenvolvedores e usuários.
Com o advento das tecnologias de Layer 2 e a constante inovação em escalabilidade e interoperabilidade, estamos vendo as fundações serem lançadas para um ecossistema blockchain ainda mais integrado e expansivo, dando base para uma real Web3 que possa comportar o massivo universo que já existe na web2
No entanto, como o próprio conceito de "geração" sugere, essa é uma jornada sem fim.
À medida que avançamos para o futuro, podemos esperar que a quinta geração de blockchains explore ainda mais a hiperescalabilidade, o que coloca um forte ambiente de coperação, mas também uma competição hostil e algumas frentes, buscando a necessaria base de devs e usuários, além do imenso investimento para rodar infraestruturas dessa dimensão, enquanto no mundo de fora países trabalham em suas CBDCs, preparam legislações conflituosas e outros amigaveis e busca de apostar no futuro do dinheiro, mas também no futuro de toda a internet.
*Ps. Texto em contrução, atualizações em breve.