Sabemos quais problemas uma blockchain resolve. E se formos imaginar quais problemas o Bitcoin resolve, não foge muito do que já vimos nos conteúdos anteriores.
Os intermediários que hoje fornecem a infraestrutura de pagamentos existentes são cada vez em menor número, e estão se tornando cada vez maiores e mais poderosos, assim, seus fracassos são cada vez mais graves, impactando um número maior de pessoas.
Uma falha na empresa de monitoramento de crédito Equifax vazou os dados da Social Security Numbers de 143 milhões de cidadãos americanos.
Um grupo de hackers norte-coreanos usou a rede Swift para tentar roubar mais de US$ 1,1 bilhão de pelo menos 16 instituições financeiras em todo o mundo desde 2014.
Ataques atingiram bancos membros do sistema em Bangladesh, Vietnã, Equador e Rússia.
Um grupo de funcionários do Punjab National Bank (PNB) usou de falhas na Rede Swift para desviar quase 1,8 bilhões de dólares entre 2011 e 2018.
Essas vulnerabilidades são inevitáveis em sistemas que possuem pontos centrais de falha. Não importa se o ponto de falha é uma empresa, uma organização ou um governo. Esses gargalos já existiam antes da internet.
Se a necessidade era transmitir uma mensagem, então você teria que ir a alguma das poucas emissoras de televisão ou de jornais.
Não deveríamos confiar infraestruturas críticas para a sociedade em uma ou duas organizações.
A internet removeu os pontos centrais de falha na infraestrutura de comunicações e possibilitou uma onda de competição entre novas empresas de comunicação como portais, redes sociais que construíram seus modelos de negócio em cima de sua estrutura. A Blockchain possibilitou que o Bitcoin desintermediasse pagamentos.
Bitcoin é a primeira criptomoeda do mundo e funciona graças à tecnologia de blockchain.
Bitcoin permite que você envie e receba valores para e de qualquer pessoa no mundo e usando apenas um processador (computador, celular) e uma conexão de internet.
É revolucionário, pois diferentemente de todos os outros métodos de envio de dinheiro pela internet, funciona sem a necessidade de se confiar em um ente centralizado.
O fato de não depender de uma corporação como ente de confiança torna o Bitcoin a primeira infraestrutura de pagamentos digitais pública do mundo!
E o fato de ser pública significa que é disponível para todos e não uma propriedade de alguma entidade.
O advento da internet permitiu a criação de uma infraestrutura pública para informações (sites), comunicação (e-mail, redes sociais). Até então, o único meio de pagamento público que tínhamos acesso era o dinheiro vivo. Mas este só funciona cara a cara.
Antes do Bitcoin, se você quisesse fazer um pagamento remoto a alguém (pelo telefone, ou pela internet), você não poderia usar uma infraestrutura pública. Você teria que confiar em uma instituição privada que iria atualizar seus registros contábeis, incluindo um débito para você e um crédito para a pessoa que você estaria pagando.
No Bitcoin, os registros contábeis estão publicamente disponíveis registrados na blockchain, e qualquer pessoa pode incluir uma transação na blockchain transferindo seus bitcoins para qualquer pessoa no mundo. E qualquer pessoa, independente da nacionalidade, religião, crença ou credibilidade pode criar sem custo um endereço de Bitcoin para receber pagamentos digitais.
E assim como o e-mail em 1972, o Bitcoin não é perfeito. Ele não é aceito em qualquer lugar, não é barato de ser transferido, ainda é muito volátil em preço.
Mas a maior qualidade é que está funcionando e sem a necessidade de intermediários de confiança.
É uma revolução, e assim como a internet, será extremamente significativo para nossa liberdade, prosperidade e desenvolvimento.