A Visita aos Ancestrais (2021), Jaider Esbell
"As pessoas têm medo da escuridão e eu tenho tentado dizer que da escuridão nada mais pode vir senão a luz." Jaider Esbell
Vivemos em um momento que a catástrofe climática e ambiental parece iminente.
Como se o apocalipse estivesse no horizonte e precisássemos viver em meio a crise, não esperar por ela vir.
Cada vez mais precisamos entender as principais discussões do ponto de vista da filosofia, antropologia, politica e economia da nova era geológica, que nós enquanto humanidade adentramos, nesses 4.5 bilhões de anos de história da Terra.
Minha sugestão para essa discussão é o curso “Desastres e Mudanças Climáticas: construindo uma agenda" da filósofa Alyne Costa, que você pode ver aqui.
O tempo do século XXI, da nova era geológica, é o tempo da “A Grande Aceleração”, na qual as tendências socioeconômicas crescem exponencialmente e provocam uma série de mudanças ambientais como:
Mudanças no dióxido de carbono na atmosfera
acidificação dos oceanos
degradação da biosfera
Essa discussão ficou conhecido como Gráfico do Limite Planetário, que você pode ver melhor aqui.
A aceleração, que se intensificou a partir da década de 1950, tem sido fundamental na discussão sobre a formalização do Antropoceno como uma nova era geológica na história da Terra.
O efeito está na atmosfera, na rocha, resquícios humanos em estratos biológicos.
Já somos um pouco pedra, um pouco atmosfera, um pouco plástico.
É preciso entender o antropoceno para entender as catástrofes que ainda não aconteceram.
Falar sobre o fim do mundo, para evitar que ele aconteça.
Essas fotos são da Ilha de Trindade, localizada a 1140 km de distância da cidade de Vitória, Espírito Santo. Um lugar de difícil acesso humano, na qual demora de 3 a 4 dias de barco para chegar. A marca do homem no processo geológico. Uma rocha de plástico.
Imagens retiradas da noticia, veja ela completa aqui.
🌎 Somos agentes geológicos, modificamos o clima, a natureza das rochas.
Pensamos na natureza com algo imutável e os fenômenos da Terra como maior que nós.
A mudança de era já ocorreu, bem-vindo ao antropoceno.
O conceito de “Antropoceno” refere-se à época geológica iniciada a partir dos impactos humanos.
Esse tema entra no debate público e acompanha, consequentemente a ideia de que precisamos de novos modos de vida.
A grande aceleração é acompanhada de grandes desastres, um exemplo disso, também no Espírito Santo, lugar em que vivo, que evidenciou os efeitos devastadores da atividade humanas sobre o meio ambiente, foi o rompimento da barragem de Mariana, Minas Gerais, que deixou seu rastros de lama até Regência, a pelo menos 600 km de distância da região.
Outro crime ambiental, que é importante a memória, foram os derramamentos de petróleo nas praias da Bahia e também no Espírito Santo.
As mudanças climáticas, diante os relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) demonstram a urgência de ações necessárias para combater a crise climática.
Isso somada as catástrofes ambientais e problemas de coordenação entre o setor público, a sociedade civil, as empresas, as organizações e os pesquisadores.
O Antropoceno coloca em evidência a relação complexa entre os seres humanos e a natureza. Diante desse cenário é necessário repensarmos nossa relação com o planeta e buscarmos soluções na era do Antropoceno.
Repensarmos também a ação do individuo em sociedade, que degrada o nosso ecossistema, bem como as instituições, organizações, projetos e ativistas que vão desafiar o modelo atual de produção e propor um modelo que seja possível a vida na Terra.
Ao contrário das mudanças climáticas, em que a ação humana degrada a natureza, a economia regenerativa busca uma relação equilibrada entre o ser humano e a natureza.
As finanças regenerativas são um conjunto de ideias, surgiram no contexto da blockchain, que buscam coordenar os instrumentos financeiros dos mercados tradicionais a projetos de regeneração.
💡 O que a blockchain muda?
Tecnologias da informação, como a blockchain, podem construir instituições, que localmente criem mecanismos de coordenação para atacar problemas globais.
📗 Referências
Uma das principais referências do assunto é o pesquisador e membro da comunidade ReFi DAO, Marcelo Silva, que escreveu os primeiros textos sobre o assunto em português. Veja mais em:
O que é Refi? Pt. I
O que é Refi? Pt. II
(ReFi é uma abreviação para regenerative finance)
As finanças regenerativas formam um ecossistema de inovação, na qual a blockchain é uma ferramenta de coordenação para a transição para uma economia regenerativa, em que seja possível endereçar os desafios de justiça climática, e que seja possível coordenar os incentivos de mercado para que as pessoas possam engajar em projetos de regeneração.
“Quando a possibilidade de coordenação global de recursos encontram as atividades econômicas voltadas para a regeneração” - Marcelo Silva
O programa do Gitcoin com uma rodada para projetos que envolvem soluções climáticas. Uma das mudanças para essa rodada foram a introdução de mecanismos como o Passaporte Gitcoin e o Protocolo Allo.
O fundo de contrapartida foi de $ 333,333, para um total doado de $76,422.33, com 3,033 doadores únicos e 14.506 total de doações, Você pode ver os dados a baixo:
A iniciativa que recebeu a maior doação nessa rodada foi a ReFi Spring que recebeu $12 023.99, com 443 doações únicas. A ReFi Spring promove eventos, palestras e encontros ao redor do mundo para acelerar as finanças regenerativas. Veja mais em:
A Commons Stack é uma comunidade que enfatiza a importância de promover a cultura dos Commons para enfrentar os desafios globais atuais. Protocolos sobre recursos compartilhados, colaboração, transparência e regeneração que utilizam a blockchain para facilitar a criação e governança de Commons. A colaboração com a ReFi DAO recebeu $6 754.52, com 841 doações únicas.
Uma plataforma que promove a agricultura regenerativa. Os agricultores podem conectar-se, compartilhar conhecimentos e colaborar para implementar práticas agrícolas mais sustentáveis. O Shamba Network oferece recursos, como ferramentas de gestão agrícola, informações sobre técnicas agrícolas, em uma comunidade com especialistas. A iniciativa recebeu $953.12, com 263 doações únicas.
A Impact DAO produz livros, podcasts, glossários, etc. sobre organizações autônomas descentralizadas (DAOs), que buscam gerar incentivos positivos ao oferecer informações sobre novas formas de organizações, captação de recursos e alocação de recursos para causas sociais. A iniciativa recebeu $480.52, com 189 doações únicas.
Por meio de ferramentas Web3, a AgroforestDAO, é um projeto que constrói agricultura comunitária e educação de permacultura no metaverso. O objetivo é construir um ecossistema socioeconômico que se baseie no cuidado do meio ambiente aliado a produção coletiva. O projeto financia o plantio a partir de uma coleção de NFTs chamada, Feijão Amigo. Esse NFT representa os custos de cultivo e permitem o acesso a colheita. O projeto brasileiro recebeu $840.97 com 223 doações únicas.
A ideia foi apresentar um pouco do potencial do financiamento quadrático para promover projeto de regeneração.
O tópico sobre “Por que regeneração é importante?” ficou incompleto.
No próximo guia iremos focar nas interseções entre regeneração e economia
Seu apoio, sugestão, comentário são muito bem-vindos.
Muito obrigado pela leitura. Esse guia faz parte da Regen Guide Writers Cohort da GreenPill.network x Taptive