Uma análise sobre: Rari Capital

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Na nossa análise dominical de protocolos DeFi desta semana iremos falar de um dapp que vem revolucionando o mercado de protocolos de empréstimo: a Rari Capital.

Quer saber como? Venha conosco aprender um pouco mais sobre a Rari e sua intersecção com a ShapeShift DAO.

O surgimento dos protocolos de empréstimo em DeFi

Protocolos de empréstimo foram uma das primeiras aplicações desenvoldidas em DeFi. A Maker DAO foi pioneira ao criar utilidade para o ETH de usuários, emitindo stablecoins descentralizadas - DAI - a partir do depósito de ETH em seus smart contracts.

Todas as decisões relacionadas aos empréstimos realizados pelos usuários são decididos desde sua criação a partir de votações na governança do protocolo pelos holders de seu token de governança. Assim, a Maker trouxe a ideia da criação de mercados para empréstimos, nos quais as decisões eram tomadas pelos participantes na governança.

Com o tempo, começaram a surgir outros projetos ofertando uma gama maior de tokens a serem utilizados como colateral além do ETH para tomar dinheiro emprestado no protocolo. Os protocolos que destacaram-se neste mercado são Aave e Compound. Logo, a Maker DAO veria a necessidade de adotar um posicionamento semelhante, com o objetivo de não perder sua fatia neste mercado.

Um ponto sensível nestes projetos é a listagem de novos tokens a serem implementados nas plataformas. A inserção de um novo criptoativo, criando um novo mercado dentro do protocolo de empréstimo, depende da aprovação dos membros da DAO via governança. Essa necessidade busca proteger os smart contracts do protocolo e o capital investido pelos usuários. Apesar do uso da votação on-chain realizada comumente pelo Snapshot ser uma inovação presente em boa parte das DAOs em DeFi, a obrigatoriedade da aprovação de tokens nas plataformas acaba por frear o crescimento de novos mercados.

Porém, surge um protocolo disposto a mudar este padrão estabelecido: a Rari Capital.

Rari Capital: A autonomia na criação de pools para empréstimo

A Uniswap, a principal corretora descentralizada em DeFi, inovou por ser uma das primeiras DEXes a permitir usuários criarem pools de forma autônoma e livre. Os pares negociados no dapp não foram implementados por seus desenvolvedores, mas sim por outros projetos interessados em disponibilizar a negociação de seus tokens.

Essa “liberdade” fornecida aos usuários revolucionou as DEXes, demonstrando novamente que a descentralização é a melhor forma para atingir a escalabilidade. Seu modelo de sucesso foi seguido por uma infinidade de desenvolvedores e hoje vemos seu conceito sendo replicado em múltiplas blockchains.

Mas por que estamos falando da Uniswap?

Porque a Rari Capital pode ser considerada a “Uniswap dos protocolos de empréstimo.”

Ao contrário de seus concorrentes “tradicionais”, a Rari permite a criação de pools por quaisquer usuários. Através do Fuse, seu produto focado em fornecer a infraestrutura para a construção de múltiplas pools de empréstimo, o protocolo delega aos interessados em desenvolver soluções todas as decisões relacionadas as pools: desde os tokens a serem utilizados como colaterais até a porcentagem de liquidação determinada para cada um deles.

Para trazer esta inovação sem abrir mão da segurança do capital dos usuários, a Rari implementou as pools isoladas. Em protocolos de empréstimo convencionais, há uma única pool destinada a cada token. Assim, todos os USDC depositados/emprestados partem de um único smart contract. Já na Rari Capital, os “riscos” são limitados as pools criadas pelos usuários. Cada mercado dentro do protocolo é único e não compartilha seus ativos entre as pools.

O desenvolvimento deste mecanismo mina a centralização no armazenamento de tokens, descentraliza os perigos de uma vulnerabilidade e fomenta a criatividade dos usuários.

Além disso, a Rari Capital também criou uma ferramenta para determinar a segurança das pools presentes no protocolo. Seu funcionamento baseia-se no Safety Score, uma série de requisitos objetivos definidos pelos desenvolvedores do protocolo de empréstimo para evidenciar aos usuários os riscos de cada pool. Métricas como volume de negociação diária do token, liquidez, capitalização de mercado e volatilidade são apenas alguns dos critérios utilizados para definir o Safety Score de uma pool. Caso queira se aprofundar, recomendamos a leitura deste artigo.

Fonte: Rari Capital
Fonte: Rari Capital

Atendendo os parâmetros de segurança definidos pelo time da Rari Capital, as pools também podem obter o selo de “Verificada”. Estas, representam pools aprovadas pelo time do protocolo e detém um grau maior de confiabilidade para uso.

A sinergia entre a Rari Capital e DAOs

A liberdade proporcionada pela plataforma chamou a atenção das principais DAOs no mercado, como a Olympus DAO, Fei Protocol, Ichi e ShapeShift DAO. A Rari Capital surgiu com uma solução atrativa, permitindo-as criar estratégias a partir dos tokens disponíveis em seus tesouros, firmar parcerias DAO2DAO e expor-se a criptoativos sem abrir mão de seus tokens de governança.

O sucesso do protocolo é inegável: nos últimos 5 meses seu TVL - Total Valor Custodiado - aumentou 500 milhões de dólares.

O acréscimo considerável no capital depositado após setembro não é mera coincidência: o mês de outubro inaugurou a abertura para a criação de pools por quaisquer usuários.

Atualmente o protocolo detém ~$860 milhões de dólares depositados no Fuse, dentre os quais 808 milhões são das 10 pools com maior liquidez - todas pertencem a DAOs.

Contando atualmente com 213 tokens diferentes em sua plataforma, a Rari Capital abocanhou um mercado ainda inexplorado por seus concorrentes. Coletando ~10% das taxas pagas pelos tomadores de empréstimo aos criadores das pools, o protocolo desenvolveu um projeto com crescimento orgânico, no qual obtém fontes de receita com a criação de novos mercados sobre sua infraestrutura.

Recentemente lançou mercados de empréstimo na Fantom, Avalanche, Polygon e Arbitrum. Ainda representam uma pequena porcentagem do TVL da Rari, mas demonstra a intenção do protocolo em atender as necessidades de DAOs em blockchains com menor volume de negociação.

ShapeShift DAO x Rari Capital

Em novembro de 2021 a ShapeShift, em parceria com outras DAOs, criou uma pool na Rari Capital chamada FOX and Frens. Atualmente com 10 milhões de dólares de liquidez e 12 tokens diferentes a serem utilizados como colateral - inclusive o FOX - a pool representa mais uma passo da ShapeShift rumo ao futuro em DeFi.

Com sua criação, a DAO permite os detentores de FOXs depositá-los como garantia e tomar emprestado tokens como UST, USDC, MIM e LUSD com um juros de ~3% a.a. Adicionalmente, a ShapeShift cria um mecanismo para rentabilizar os FOX em Tesouro sem a necessidade de vende-los.

A Rari Capital tem atraído as atenções da comunidade cripto e, aos poucos, vem tornando-se parte das blue-chips em DeFi, comparando-se a protocolos já consolidados no mercado. Sua abordagem agressiva e seu produto inovador mostram que é capaz de ultrapassar projetos como Maker DAO e Compound.

Vamos monitorar de perto e ver a evolução da Rari.

Esta foi nossa análise dominical de hoje. Explicamos a você a singularidade da Rari Capital no mercado de protocolos de empréstimo, sua sinergia com DAOs e a parceria firmada com a ShapeShift DAO.

Ficaram dúvidas quanto ao seu funcionamento? Quer trazer ideias para os próximos artigos?

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Autor: guiriba, copywriter no LatAm Labs da ShapeShift, pesquisador e degen. Escreve, a priori, sobre DeFi, NFTs and DAOs.

Esse artigo não é um conselho de investimento , mas apenas um boletim informativo com conteúdo estritamente educacional e não é um ou uma solicitação para comprar ou vender quaisquer ativos.

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