Uma análise sobre: Tokenomics

Bem-vindo ao nosso artigo semanal sobre análises do mundo cripto 😉

Sabemos da importância da economia de um projeto para seu sucesso.

O desenho do ecossistema, a utilidade do token e os incentivos a comunidade são fatores essenciais a serem considerados para seu desenvolvimento.

Por isso, trouxemos um artigo para desmistificar a criação do Tokenomics.

Vamos lá?

O que você aprenderá hoje:

  • Afinal de contas, o que é Tokenomics?
  • Proof of Work e Proof of Stake: promovendo segurança a partir de incentivos
  • Construindo a sinergia entre recompensas e liquidez
  • Exemplos práticos de Tokenomics

Afinal de contas, o que é Tokenomics?

Tokenomics pode ser definido como a criação de modelos econômicos a partir de tokens.

Pode ser difícil entender e construir estes modelos devido à natureza nascente deste conceito. Em razão disso, múltiplos atores atuam em conjunto para o desenvolvimento de Tokenomics eficientes, concentrando-se no estudo, criação e implementação de sistemas econômicos baseados na blockchain.

Cada projeto na indústria tem seu próprio modelo de Tokenomics. Há literalmente milhares de variações diferentes desses modelos. Dentre a diversidade encontrada de modelos no mercado, é necessário encontrar aqueles que obtém sucesso em construir sinergia entre os usuários e o token, inserindo-o como força motriz do ecossistema.

Um dos principais pilares dos modelos desenvolvidos é o incentivo aos participantes em participar do projeto. Este conceito, baseia-se na Teoria dos Incentivos.

A teoria dos incentivos é uma teoria do comportamento humano que assume que um ser humano é impulsionado pelo desejo de receber incentivos. A constância no recebimento de recompensas, motiva a participação contínua. Partindo desse pressuposto, a inserção de mecanismos internos que remunerem os usuários por contribuir com seu funcionamento é fundamental para a participação reiterada nos projetos. É por esse motivo, que os mecanismos de consenso foram erigidos a partir da distribuição de incentivos - e no controle da emissão deles -.

Proof of Work e Proof of Stake: promovendo segurança a partir de incentivos

Fonte: Level Up Coding
Fonte: Level Up Coding

Um algoritmo de consenso motiva os usuários da rede a chegar a um consenso na validação das transações. Bitcoin desde seus primórdios utiliza a Proof of Work, enquanto a Ethereum ainda mantém suas operações na PoW, mas caminha na jornada para migração ao Proof of Stake.

Proof of Work

No modelo Proof of Work ou PoW, os mineradores trabalham para proteger a rede, verificando as transações através da resolução de quebra-cabeças criptográficos organizados em blocos. Com a solução, os nós são recompensados com BTC, por contribuírem na segurança e inserção das novas informações introduzidas na rede. A remuneração é um meio de garantir a idoneidade dos usuários.

Por isso, a vantagem econômica em ser honesto sempre deve preponderar frente a atuação maliciosa. No caso da PoW, é evidente a desvantagem econômica em tentar introduzir informações falsas nos blocos, devido ao gasto computacional para esta tarefa. Aos usuários, os incentivos financeiros em atuar de maneira idônea são muito maiores. Mesmo importantes, a distribuição destes deve ser controlada.

Na blockchain do Bitcoin, há o acréscimo de dificuldade na solução dos quebra-cabeças algorítmicos conforme novos usuários integram-se a rede. Para evitar um excesso de criptos em circulação distribuídas aos mineradores, o número de BTCs distribuídos por bloco diminui ao passar do tempo, nos chamados halvings. A adoção desta medida, auxilia na manutenção da escassez e mina o excesso de oferta no mercado.

Proof of Stake

Tratando-se de blockchains Proof of Stake, modelo adotado pela Cosmos e Osmosis - redes nas quais a ShapeShift DAO atua como validadora em parceria com a TaxiStake -, por exemplo permite aos detentores dos tokens contribuírem com a validação dos blocos da rede.

A participação pode ser realizada tornando-se um validador, adquirindo uma quantia minima para assegurar os dados inseridos nos blocos da blockchain. Caso o usuário não possua um alto capital para investir, pode delegar seus tokens a validadores, auxiliando na segurança da rede. Assim, viabiliza-se o acesso as recompensas a todos os usuários.
A distribuição de incentivos neste modelo, apesar de randômica, visa preferenciar os detentores de altas somas de tokens. Além disso, realizam a cobrança de uma comissão sobre os tokens delegados por outros usuários. Aos delegadores, estes recebem um ganho passivo sobre os tokens delegados aos validadores.

Problemas inflacionários e incentivos

Em geral, ambos os modelos de consenso utilizam incentivos para atrair os membros da rede para participar e manter sua integridade. Porém, esses acabam por causar a inflação do valor dos criptomoedas distribuídas como recompensa.

Isto ocorre porque, o número de criptomoedas em circulação aumenta, enquanto a demanda permanece a mesma. Uma solução indicada, é o uso de medidas que diminuam o número de criptomoedas em circulação. No Bitcoin, as recompensas em BTC por bloco são reduzidas pela metade a cada halving - em média 4/5 anos -. Já na Ethereum, com a aprovação da EIP-1559 em agosto de 2021, parte dos ETH antes distribuídos aos mineradores, passaram a ser queimados, diminuindo o número de ETH em circulação.

Construindo a sinergia entre recompensas e liquidez

Com o crescimento do setor DeFi, a implementação de um Tokenomics eficiente é tão importante quanto aqueles adotados por blockchains. A utilização de mecanismos para atrair usuários ao protocolo é essencial para atrair liquidez ao smart contracts dos projetos. Para isso, muitos vêm implementados programas de liquidity mining, método utilizado por protocolos, no qual destinam parte de seus recursos para distribuição de tokens aos provedores de liquidez de pares negociados em DEXes, por exemplo.

A ShapeShift DAO tem pools na Uniswap, Ichi e na Elk Finance, confira!

Porém, o estudo da estruturação destas recompensas pelo time de desenvolvimento é ato necessário para manter a sustentabilidade na relação entre incentivos e lucros. Uma vez que os gastos dispendidos para o fomento de liquidez seja maior que os lucros obtidos com as negociações de tokens, torna-se inviável a manutenção do pagamento no médio/longo prazo. Com o fim das recompensas, os usuários migrarão para protocolos com rentabilidade melhores e assim prosseguirão, em busca da melhor rentabilidade em DeFi.

A adoção de soluções para adquirir liquidez sem depender diretamente do contínuo depósito dos usuários é uma medida necessário, principalmente com o movimento do DeFi 2.0 no final de 2021. Protocolos como Olympus DAO e Tokemak inovaram, surgindo como soluções de Liquidity-as-a-Service, oferecendo suas plataformas para tornar mais saudável a relação entre a aquisição de liquidez e incentivos.

Não há um modelo correto a ser seguido. O ideal é a estruturação de um Tokenomics adequado a realidade do projeto, compreendendo a comunidade que irá suportá-lo, o capital disponível para incentivos e o acompanhamento da estratégia adotada.

Exemplos práticos de Tokenomics

As blockchains tem modelos singulares de introduzir incentivos aos contribuidores. Mesmo com particularidades, o Proof of Work e Proof of Stake implementam mecanismos semelhantes quanto a remuneração dos atores responsáveis pela validação dos blocos. Porém, com o exponencial crescimento das criptos em 2020 e 2021, novos Tokenomics surgiram e inovações foram criadas por projetos para fomentar os usuários a participarem.

Redes Sociais

A Mirror transformou uma plataforma de publicações com armazenamento on-chain em uma fusão de crownfunding e galeria de NFTs para escritores, jornalistas quaisquer interessados em mintar uma post e vender aos usuários. Criou disputas entre usuários para conseguir seu token WRITE, para ter acesso ao seu endereço exclusivo.

Contribuição a projetos sociais

A GIVeth fundiu a experiência em participar de iniciativas sociais e obter rendimentos passivos em DeFi. Disponibilizando em sua plataforma uma gama de projetos, a GIVeth traz visibilidade a coletivos que realizam trabalhos benéficos para sociedade e demandam de doações para sua continuidade. Conectando estes grupos a web3, o protocolo permite os GIVers - detentores de seu token, GIV - efetuarem doações aos projetos e participarem de sua economia, composta por pools de liquidez e uma governança precisa.

DAOs

A criação de organizações autônomas descentralizadas transformou a metodologia de remuneração de trabalhadores, a hierarquia e os incentivos financeiros. O recebimento de recompensas alinhado com o esforço dispendido pelos contribuídores em uma DAO, é uma as maiores quebras de paradigmas causadas nos últimos anos. A transparência fornecida pela blockchain e a união dos participantes da DAOs, demonstraram que os incentivos financeiros são importantes, mas a força da comunidade envolvida é fator fundamental para a evolução do projeto e para atração de novos talentos.

NFTs

O uso da arte para contar histórias, criar narrativas, expressar sentimentos e outras aplicabilidades subjetivas é conhecido pela sociedade. E quando essa transpassa os limites e torna-se critério para construção de clubes limitados aos detentores das obras? Os NFTs mostraram ao mundo a possibilidade de um certificado digital associado a uma arte conseguir virar um símbolo para as pessoas. Um bem desejado, não pelo aspecto visual, mas pela sua integração com o mundo real. Os benefícios concedidos aos detentores superam seu valor e a implementação de Tokenomics que atraiam pessoas a projetos com estes conceitos, resultaram em NFTs com cifras milionárias.

Independente do mercado atuante do projeto, o Tokenomics é a principal tarefa a ser cumprida pelo time de desenvolvimento. O fomento da participação dos usuários é necessário e como se tem observado, não necessariamente demanda de incentivo financeiro. A metodologia utilizada dependerá do nicho de atuação.

A ShapeShift DAO atua em parceria com vários projetos para tornar seu Tokenomics sustentável. Olympus DAO, Tokemak, Elk Finance, GIVeth, TaxiStake, todos são atores importantes para sua estruturação.

A priori, a DAO objetiva o crescimento do Tesouro da DAO, aliado a serviços de qualidade aos usuários. O lançamento de sua V2 foi um marco histórico, materializando os princípios da ShapeShift em um protocolo.

Muito irá mudar nos próximos anos e os conceitos de Tokenomics serão novamente transformados. Por isso, acompanhar de perto as movimentações do mercado é preciso para estar atento as novidades.

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Autor: guiriba, copywriter no LatAm Labs da ShapeShift, pesquisador e degen. Escreve, a priori, sobre DeFi, NFTs e DAOs.

Esse artigo não é um conselho de investimento , mas apenas um boletim informativo com conteúdo estritamente educacional e não é um ou uma solicitação para comprar ou vender quaisquer ativos.

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