Olá FOXes!
Os tokens não fungíveis são uma ferramenta incomparável para agregar valor a mercados. Com os NFTs, artistas criarem autonomia frente as big techs, monetizando seus trabalhos sem depender de intermediários. Uma das implicações em expansão em 2022 é a usabilidade dos NFTs no meio musical.
Vamos aprender um pouco sobre músicas web3?
O mercado da música é um setor que movimenta bilhões de dólares anualmente. Dotado de diversos nuances relacionados a direitos autorais, contratos e intermediários, os artistas que visam vender sua arte a interessados, se veem imersos num espiral de burocracia, centralização e pouca receita.
As principais plataformas de streaming de música, como Spotify, SoundCloud e Apple Music, obtém uma receita anual de U$43B. O faturamento proveniente da exploração dos direitos musicais adquiridos dos artistas vai 88% para as empresas, enquanto somente 12% é direcionado aos responsáveis pela criação do conteúdo.
Deste modo, os músicos são prejudicados, obtendo pouco lucro frente as empresas responsáveis pelo streaming. A dependência das plataformas para monetizar seus trabalhos, os faz abrir mão do lucro para conseguir ter receitas capazes de financiar seus próximos trabalhos.
Mas com a web3, este cenário pode ser diferente.
A tokenização das músicas via NFTs, cria um modelo único, impensável antes do advento dos tokens não fungíveis. Com a blockchain, músicos conseguem distribuir seus trabalhos sem a dependência de intermediários, receber royalties a cada venda realizada e compartilhar com seus fãs, em tempo real, os lucros ganhos com suas criações artísticas. Estas features e várias outras dependem somente da programação de contratos inteligentes.
A blockchain permite que a ponte entre o artista e o público consumidor seja apenas a infraestrutura necessária para permitir seu consumo, sem promover um intermédio lucrativo ou uma alta margem de lucro para companhias centralizadas.
Através deste novo paradigma, artistas independentes conseguem ser recompensados com o uso da web3. Abstraindo-se os custos predatórios e a exploração da indústria sobre os lucros, cria-se um ambiente mais amigável e sustentável, promovendo o desenvolvimento da arte e valorização da cena musical.
A descentralização, mais uma vez, contribui para a construção de um sistema saudável e benéfico para todos.
O nascer deste novo mundo proporciona também a capacidade de todos os usuários manterem suas identidades anônimas. A preocupação com a coleta excessiva de dados realizada pelas big techs tornou-se latente entre a população mundial, com o receio de ter suas informações pessoais vazadas.
Na web3, os aplicativos descentralizados ou dapps, não requerem identificações, mas tão somente as suas carteiras. As wallets são o novo portal para acesso este novo mundo. Além disso, os contratos inteligentes automatizam as transações entre criadores e fãs, excluindo os riscos da gama de intermediários existente no mercado tradicional.
Para ajudar os músicos a ingressar neste universo, marketplaces como a Audius, Arpeggi e Emanar, oferecem sua interface para conectá-los aos seus fãs.
Mostraremos a vocês as vantagens de cada um deles e seus diferenciais.
A Audius foi lançada no final de 2019. Com uma interface semelhante ao Soundcloud, surge como a proposta de ser uma plataforma descentralizada, construída para empoderar os músicos e auxiliá-los no processo de distribuição de suas obras, sem cobrar nenhum centavo sobre a receita obtida com as criações.
Deste modo, músicas podem ser disponibilizadas gratuitamente a todos.
Operando na blockchain da Ethereum e Solana, atua como um protocolo de streaming governado pelos detentores de token, o AUDIO. Atualizações, modificações de taxas, inclusão de novas funcionalidades, podem ser discutidas e a aprovadas pelos holders de AUDIO.
Apesar de o AUDIO ser a força motriz de sua economia, o tokenomics também envolve outras criptomoedas e stablecoins. Artistas podem criar benefícios disponíveis somente para holders de seus tokens - sejam eles fungíveis ou não -, por exemplo.
Os músicos ainda contam com recompensas adicionais por figurarem entre as músicas mais reproduzidas no streaming, fornecendo incentivos para a construção de comunidades e a remuneração justa dos criadores de conteúdo.
Arpeggi é a primeira plataforma que se propõe a criação de música on-chain.
Com viés semelhante a Artblocks e Fidenza, a preocupação de seus fundadores é de que grande parte dos NFTs não são armazenados na blockchain, devido a sua ineficiência em armazenar largas porções de dados. Para driblar essa dificuldade, custodiam imagens e músicas em servidores centralizados e inserem nos tokens apenas links a eles. É uma solução, mas falha com o ethos da descentralização.
Arpeggi permite armazenar as músicas criadas em seu estúdio diretamente no token não fungível. Ocupando 256 bytes, as informações são salvas no NFT e representam um marco para a arte onchain. Você pode saber um pouco mais sobre este mercado aqui.
O projeto desenvolveu uma estação de trabalho de áudio digital compatível com navegadores como Brave, Google Chrome e Firefox. Dentro do aplicativo, o artista pode criar uma faixa de música localmente e editá-la com as ferramentas disponíveis, desenvolvendo uma arte única e compatível com seu estilo.
Utilizando a blockchain da Ethereum, possibilita também aos criadores setar royalties das vendas de suas músicas onchain diretamente no protocolo, facilitando a eles o recebimento de porcentagens sobre as vendas de suas obras no mercado secundário.
O Emanate é um dos principais projetos da cena musical na web3.
A plataforma traz uma série de recursos aos artistas e usuários que outros projetos ainda não implementaram, como é o exemplo da compatibilidade e utilização das músicas, feitas no Emanar, dentro de metaversos. Ademais, os produtores também têm a garantia dos registros de autoria de forma on-chain e podem permitir uploads diretos.
Seu projeto conta com um modelo econômico baseado em seu token principal EMT e também a utilização de uma stablecoin própria. Utilizando como infraestrutura a blockchain da EOS, os artistas podem verificar todos os streams ou vendas de NFTs através dos exploradores de blocos da rede, como Bloks.io e EOSX.io.
Neste protocolo, os músicos têm uma gama de opções para monetizar seus trabalhos. Realizando o upload na plataforma, a Emanate possibilita o recebimento de pagamentos a cada stream executada por usuários, renda mensal paga por fãs membros do Emanate Music Lovers ou até utilizar o Emanate Distro como uma interface para ter acesso a plataformas de streaming web2.
Segundo seus fundadores, sua meta é conseguir ajudar artistas independentes a ter lucros compatíveis com o trabalho exigido para materializar suas criações. Sabem da dificuldade do onboarding de novas pessoas na web3 e, trazer funcionalidades para facilitar o ingresso de usuários neste universo.
Além destes projetos, existem outros protocolos como OPUS com a mesma proposta: remodelar o mercado musical e trazer mais criadores para a web3. Com o desenvolvimento do setor, novos protagonistas podem surgir, por isso é importante ficar atento a evolução da indústria.
Esta foi nossa análise da análise do mercado de músicas web3 e seu potencial de transformar protocolos nos novos gigantes do streaming.
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Autor: guiriba, copywriter no LatAm Labs da ShapeShift, pesquisador e degen. Escreve, a priori, sobre DeFi, NFTs e DAOs.
Esse artigo não é um conselho de investimento , mas apenas um boletim informativo com conteúdo estritamente educacional e não é um ou uma solicitação para comprar ou vender quaisquer ativos.