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GPS 38.698261576713115, -9.20122898465579
O Palácio Nacional de Belém alberga, desde outubro de 2004, o Museu da Presidência da República, instalado nas antigas cocheiras do palácio. Este museu pretende ser um testemunho da vida e da obra dos vários presidentes da República Portuguesa e resulta de uma pesquisa e recolha exaustiva, ordenada pelo Dr. Jorge Sampaio. Pretende assim ilustrar o percurso de mais de 90 anos de regime republicano em Portugal, num esforço de aproximação e de esclarecimento do público.
O espaço museológico está organizado segundo uma lógica temática e cronológica, com recurso frequente às novas tecnologias da informação para criar um local em que a interatividade seja meio especial de diálogo entre o espólio e o utilizador. A exposição permanente, por exemplo, articula-se à volta de sete núcleos principais: República e Símbolos Nacionais (relacionado com a implantação deste regime em Portugal), República e seus Presidentes, Presentes de Estado, Os Presidentes da República (que inclui para além dos quadros a óleo de cada um dos 17 Chefes de Estado, objetos pessoais e vário acervo documental, político e biográfico de cada um deles), Palácio de Belém (visita virtual ao interior e jardins do palácio), Ordens Honoríficas e Poderes do Presidente, uma sala com pontos informáticos, onde o visitante pode aceder a informação relacionada com a presidência da república, em vários registos de linguagem e níveis de informação (do básico ao especializado).
O museu prima também pela oferta de uma extensa e importante programação cultural, em que se apresenta um misto de iniciativas culturais e atividades lúdicas, dirigidas a públicos com características diferentes, que vão dos ciclos de conferências aos cursos e até a uma aula virtual, a que é possível aceder através do website do museu. O museu da presidência da República possui um espaço para exposições temporárias, loja, auditório, cafetaria e esplanada.
História
Inaugurado em 5 de Outubro de 2004, combina a exposição tradicional de peças de colecção ligadas aos políticos que chefiaram o Estado português desde 1910 com sistemas interactivos de informação e conhecimento. O percurso da visita inicia-se com os Símbolos Nacionais Portugueses e termina numa abordagem dos poderes, funções e actividade dos Presidentes e Primeiras-damas do país.
Para além do espaço expositivo no Palácio de Belém, o Museu da Presidência da República conta com uma exposição intitulada "Motor da República: os carros dos Presidentes", que possui os veículos usados pelos Presidentes da República Portuguesa e muitos dos objetos da vida pessoal e profissional dos mesmos, no Museu dos Transportes e Comunicações, na Alfândega Nova do Porto.
Um filme apresenta imagens originais do dia da Implantação da República e os principais acontecimentos de cada ano a partir de então são mostrados mediante um toque no ecrã de um computador, bem como a biografia política de cada um dos Presidentes, narrada em filmes de um minuto e meio.
O Museu foi distinguido com o Prémio do Património Cultural da União Europeia/Europa Nostra 2008, pelo trabalho de investigação sobre o património material e imaterial do Palácio de Belém, que permitiu a concepção e produção da exposição e do catálogo "Do Palácio de Belém".
O diretor do Museu da Presidência, Diogo Gaspar, foi detido em 30 de junho de 2016 por suspeita de crimes de tráfico de influência, falsificação de documento, peculato, peculato de uso, participação económica em negócio e abuso de poder. Diogo Gaspar, ficou em liberdade mediante caução de 50 mil euros e suspenso das funções públicas que exercia. Ficou também proibido de contactar com funcionários e entrar no Museu da Presidência, Secretaria-geral da Presidência e Palácio da Cidadela, em Cascais.
Foi substituído por Maria Antónia Pinto de Matos, ex-diretora do Museu do Azulejo. Por meio de uma visita virtual fica-se a conhecer o Palácio de Belém.
Acervos
Entre os objetos pessoais e simbólicos em exposição, destacam-se:
a pistola que acompanhava Sidónio Pais, o presidente-rei, como chamado por Fernando Pessoa num poema (presente na exposição "Motor da República: os carros dos Presidentes" patente no Museu dos Transportes e Comunicações); o monóculo de Spínola; uma pequena agenda utilizada por Américo Tomás; e o relógio de ouro que pertenceu a Mendes Cabeçadas. No tocante à iconografia, destacam-se a Galeria de Retratos Oficiais dos Presidentes da República Portuguesa, pintados por artistas de renome, como por exemplo Columbano Bordalo Pinheiro.