é um termo que descreve o período geológico atual, no qual as atividades humanas têm um impacto significativo e dominante sobre os sistemas terrestres e ecológicos do planeta como a perda de biodiversidade, a degradação dos ecossistemas e as mudanças climáticas, a queima de combustíveis fósseis, a agricultura intensiva e a urbanização.
Hoje em dia, vivemos em um momento em que não basta falar em sustentabilidade, inúmeros danos ambientais causados são até mesmo irreversíveis, por isso, para pensarmos em gerações futuras e condições mínimas de habitalidade do planeta são necessárias a adoção de práticas regenerativas
Sabemos que existem algumas saídas como a consciência coletiva sobre o impacto ambiental e principalmente a necessidade de criação de políticas de proteção ecossistêmica e alternativas econômicas ao modelo capitalista de produção atual.
Uma outra alternativa é a utilização do excedente monetário e da produção mundial como forma de compensar as mudanças climáticas que já nos impactam e prejudicam. Recentemente o surgimento de diversas tecnologias vêm criando soluções e alternativas para sustentação, financiamento e fortalecimento de organizações com foco ambiental.
A tecnologia Blockchain por exemplo nos permite registrar e proteger territórios públicos, as finanças descentralizadas (sigla DeFi) permite a criação de economias independentes e a web3 possibilita o desenvolvimento de relações e trocas de forma autônoma.
Diferentemente do chamado capitalismo verde, as finanças regenerativas propõe um modelo de financiamento e autonomização de organizações de impacto, para isso são criadas inúmeras soluções econômicas, como a venda de créditos de certificação ambiental, editais públicos e privados, investimentos externos, financiamento coletivo que criam tais condições
Com a tokenização (criação de ativos digitais) esses recursos econômicos são utilizados para fomentar diversas iniciativas. A blockchain por exemplo tem sido utilizada pelo IEF (MG) para garantir o rastreio dos cultivo de carvão vegetal, a Moss criou uma coleção de NFT’s para negociar créditos de carbono e proteger a Amazônia, a Muda criou um ecossistema onde você troca serviços por produtos orgânicos e recompensas em dinheiro.
Para que tudo isso seja possível é fundamental entendermos o que é a tecnologia Blockchain, basicamente é um sistema de registro online independente que permite a criação de ativos digitais. Por exemplo, eu posso vincular o registro de um imóvel à blockchain e distribuir créditos sobre esse bem (em forma de NFTs), assim eu transformo um bem físico em um ativo digital. Dúvida? Rs, clique aqui.
Mas gostaria de trazer um exemplo prático de um projeto incrível, a AgroforestDAO, uma organização criada para reproduzir práticas de cultivo sustentáveis através da Agrofloresta e com isso não somente incentivar a regeneração ambiental de solos, águas e fontes de alimento, como construir uma economia de financiamento, distribuição, educação e fundo de aposentadoria.
A AgroforestDAO é uma organização autônoma descentralizada (sigla de DAO), as DAO’s são modelos de gestão compartilhada onde cada pessoa que se torne membro pode compartilhar das decisões, do futuro, dos recursos e potenciais do bem comum.
Criada em Minas Gerais, o projeto utiliza a experiência já conhecida pelas CSAs, mas, agora para criar uma comunidade através da distribuição de benefícios com a venda de NFT’s que geram recursos para investimento coletivo em regeneração.
“Somos uma comunidade de pessoas que acreditam que é possível administrar áreas de produção perene com um modelo híbrido entre o local e o global. Usando a tecnologia blockchain estamos construindo modelos gamificados de engajamento em governança, educação, treinamento, construção de reputação e aposentadoria.”
Recentemente o projeto lançou o NFT “Feijão Amigo”, você pode adquirir e ganhar benefícios, como vivenciar experiências locais de turismo ou uma cesta de produtos, enquanto financia o plantio da primeira safra de feijão. Após a safra, novos cultivos serão exercidos nos locais com outros produtos. Saiba mais
Esse é um ambiente em permanente expansão, existem hoje inúmeros projetos com bolsas de pesquisa, financiamento, investimentos entre outras oportunidades que podem transformar em realidade o desejo de construir modelos econômicos sustentáveis, não apenas através do dinheiro mas pelo poder da cooperação humana
A maior vantagem desse ambiente é a possibilidade de que cada pessoa, coletivo ou organização pode construir seu ecossistema comum, graças ao uso da Blockchain que valida e registra as criações e produções, além de permitir sistemas descentralizados de participação e gestão, assim podemos garantir que os fundos comuns estarão seguros e que os ativos poderão assumir múltiplos usos e formas.
Eu sei, é tudo muito novo, mas, aqui tem um ótimo artigo de Marcelo Silva sobre “O que são as Finanças Regenerativas (ReFi)?”. Além disso vamos colocar abaixo alguns projetos que vale a pena conhecer. Se depois disso surgir alguma dúvida ou interesse em construir sua própria iniciativa fale com a gente.
A Ekonavi rede colaborativa de Impacto para o Desenvolvimento da Agricultura, da Ecologia e da Bioconstrução, com mais de 600 projetos nos 5 continentes, lá você encontra projetos de impacto ambiental em todo mundo, tem a oportunidade de saber mais, fazer conexões e também ganhar pontos que podem render benefícios. Em breve, o projeto planeja o lançamento de seu token de certificação inovando ainda mais e alcançando um outro patamar no debate sobre ReFi
O Studio Krya merece um capítulo à parte, o “estudio criativo macetado” promove educação, arte, cultura e tecnologia nas quebradas do Rio de Janeiro e ocupa um lugar singular quando o tema é transformação social. O projeto também possui iniciativas de utilização de NFT’s para criação de ecossistemas de financiamento social.
A Cambiatus hospeda projetos de impacto social, criando tokens sociais, ativos que podem ser distribuídos para viabilizar diversas iniciativas de inovação, dentre as comunidades está o proejto Play4Change que utiliza os games para produzir educação e conhecimento, fomentando o acesso e a equidade social